quarta-feira, junho 03, 2009

Dificuldades na aprendizagem – O que fazer?

"Minha filha tem problema na fala. Levei-a para uma consulta na fonoaudióloga. Esta a encaminhou ao oftalmologista e otorrinolaringologista. Ambos constataram que não há nada errado. Vou levá-la ao neurologista, pois ela sente muitas dores na cabeça. Na escola, repetiu o 1º ano duas vezes. Sou uma mãe muito atenciosa e amorosa com ela. Mande-me resposta sobre esse meu desabafo. Estou muito nervosa com o que o neurologista poderá dizer, peço a Deus que não seja nada demais".

(A. P. O.)

Querida mãe, percebo na sua mensagem que você está bastante ansiosa, o que é de se esperar, afinal, todos queremos ter filhos que se desenvolvam normalmente. Você agiu corretamente ao seguir o conselho da fonoaudióloga e ao levar sua filha para consulta com especialistas.

Para descobrir o que está acontecendo, o melhor procedimento é o da eliminação:
1. O oftalmologista viu que está tudo normal;
2. O otorrinolaringologista não constatou nenhuma anormalidade orgânica;
3. O exame de audiometria, pelo que entendi, também não acusou nenhuma anomalia. Com isso, você percebeu que não tem que se preocupar mais com essas áreas.

O neurologista poderá pedir um eletroencefalograma (EEG), uma tomografia computadorizada do cérebro, ou mesmo uma ressonância magnética do cérebro. Pode também fazer alguns exames clínicos para avaliar como a criança reage a estímulos. É bom que você saiba que esses exames só revelarão problemas de ordem orgânica, como: lesões cerebrais, aneurismas, epilepsia, etc.

Problemas de aprendizagem e deficiências não aparecem nos exames. É importante encontrar um profissional de confiança, e que você siga exatamente o que ele lhe indicar. Não tema os resultados dos exames. Peça que Deus a ajude a enfrentar o que quer que seja. Isso ajudará grandemente a sua filha, que também deve estar ansiosa para entender o que está acontecendo com ela.

Sugiro que você a leve a um(a) especialista em neuropsicologia, que poderá avaliar o quociente de inteligência, e a uma psicóloga e psicopedagoga. Esta última fará avaliações para detectar as áreas da inteligência afetadas, e trabalhará o desenvolvimento das referidas áreas.

Outra dica: mesmo que sua filha tenha um quociente de inteligência abaixo da média, existem trabalhos cognitivos psicopedagógicos (Programa de Enriquecimento Instrumental – PEI) que, levados a sério, contribuirão para o aumento da inteligência da criança. “A essência da inteligência não se restringe a um produto mensurável (que se mede – o tal QI), mas, sim, a uma construção ativa do indivíduo.” – Reuven Feuerstein (1980).

Creia que sua filha crescerá e aprenderá. No tempo dela. Não no seu ou da professora dela. Ela precisa do apoio seu, da família, da escola que frequenta, e de atendimentos adequados e urgentes. O resultado virá lentamente, mas, se você perseverar, acontecerá com certeza!

Deus a abençoe!

Envie você também sua dúvida sobre educação especial para portal@educacaoadventista.org.br

Charlotte Fermum Lessa - Natural de Bremen, Alemanha, formada em Pedagogia, pós-graduada em Psicopedagogia, especialista em PEI – Programa de Enriquecimento Instrumental níveis I e II de Reuven Feuerstein. Presidente e fundadora do Instituto de Desenvolvimento Humano Kathia Lessa. Além de tradutora e intérprete, Charlotte é também escritora, com oito obras publicadas pela Casa Publicadora Brasileira, na área infantojuvenil, entre elas: Deus me Fez Assim, Deus Fez Meus Sentidos, Um Amigo pra Jesus, Deus Ama os que São Diferentes, Sou Down e Sou Feliz e O Mundo Maravilhoso da Bíblia Para Crianças.

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